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algumas palavras 

Ler é ir além das palavras. Na vida, somos interpretantes
ou interpretados por nossos atos, palavras e escolhas o tempo todo. Portanto, é fundamental exercitar atentamente esta poderosa atividade.

uma carta para a eu do passado.

Estás perdida, eu vejo. Presa dentro das grades que construístes ao redor de ti.
Pensas ser imóvel, impossível sair daí. Olhas para um lado e para o outro, procuras reconhecer aqueles ao redor. Porém um mar de desconhecidos enraivecidos afervoram-se do teu lado. Comem-se dos ossos às tripas, multiplicam o não-saber.
Não reconheces a ti, pobre alma isolada em si. Nas palavras não ditas é que você se repõe, calada ao mundo mas gritando seu próprio inferno. Acreditas no presente, mas não se sente presente. Contradições que te rodeiam e te confundem, te
sussurram ao pé do ouvido que estás fadada ao fracasso. Pois lhe digo, aqui de onde estou, que este não é o fim. Por mais que acredites fielmente em tua própria aniquilação, por mais que te julgues incapaz de conseguir qualquer feito minimamente memorável em vida. Este não é o fim.

 

As drogas que tanto te assustam estão aí para te ajudar. Não é vergonhoso precisar delas para se sentir bem. A coragem está em reconhecer a fraqueza dentro de si. O reconhecimento traz a paz. Digo-lhe então para aceitar ser ajudada. E isso
leva ao infame pensamento de que a ajuda vem de dentro. Eu sei, você não acredita. A mulher que se diz sua mãe e que te repugna, diz exatamente isso. Você não precisa acreditar nela, mas acredite em mim. Ouça aí dentro o que tem a dizer pra si. Ignore todo e qualquer laço sanguíneo, se quiseres — isso lhe fará um bem enorme. Escolha aqueles que te deixam ser você, mas acima de tudo aceite ser você. A auto aceitação
leva ao autoconhecimento, que desencadeia uma série de epifanias que lhe fascinam em vida.


Busque por conexão própria, ouça seu coração — leve consigo sua criança interior. Leia, cante, dance, seja. Lembre da sua existência e grite para o mundo saber quem és. Sinta medo, caia, erre, levante. Aprenda a ser tua. Acolha teus receios.
Acalente teu coração. Você sabe o que quer, permita-se sentir. Admite a ti teus próprios pesares. Eles te libertarão. E se me ouvires agora, terás muito mais tempo
para ser você. Porque você é importante, sim. És incrível e merece um lugar ao sol. Merece se ouvir, se pensar e se amar. E, acima de tudo, merece lembrar: este não é o fim.

Proposta de ensaio para aula de Linguagem e Interpretação.
Uma mensagem de Iara Fontes para Iara Fontes.

Inicialmente sendo um retorno ao passado, tão logo se tornando um recado ao presente, além de uma esperança

a ser lembrada no futuro.
Obrigada.
|Iara Queiroz de Fontes Silva|

Quando você pensar em desistir, saiba que você é um vencedor.

Saiba que toda sua história foi escrita e vai ser lembrada, mas aposto que você gosta de finais felizes, que tal dar um final emocionante na sua história, daqueles que o personagem principal dá a volta por cima e se posiciona? É por esse momento que todos os telespectadores da sua vida esperam. E eu também aposto que você tem um traço de Walcyr Carrasco, faça sua história linda e lembre - se que todos os telespectadores são os que mais te amam.

Ensaio para aula de Linguagem e Interpretação

Ylan Marques de Lima

 

Aqueles indiscutivelmente belos,
pouco embora nada seguros de si
fazem-me perder o encanto.

Só é realmente atraente aos olhos
quem realmente entende sua beleza
e se mostra saber o que quer.

Eu que ainda pouco sei sobre mim,
ou sobre a vida,
minimamente parti em busca da minha verdade
e com isso me coloco a vontade com aquilo que acredito

Espero que isso de algum modo te intimide
E te faça perceber que eu quero você por inteiro
Quero que você me queira,
mas quero também que você saiba o que quer.

Ensaio para aula de Linguagem e Interpretação

Victor Agostinho de Melo

 

"Em um mundo que não dá valor às pequenas coisas e momentos da vida, você é diferente, único (a), especial, aquela pessoa que vê as coisas em um outro sentido, uma outra visão. Você não precisa ser perfeito (a), mas precisa ser você, ser diferente, fazer a diferença. Mesmo que o mundo não te dê valor, faça a sua parte, seja você mesmo(a), seja luz na vida de alguém.

 

Você é especial, um ser único, uma pessoa que não julga as pessoas. Uma pessoa que mesmo estando em um dia difícil, está sempre sorrindo! Sempre faça o seu melhor, o que outras pessoas não fariam.

 

Faça sempre o melhor, dê o melhor de si."

Ensaio para a aula de Linguagem e Interpretação.

Texto feito por mim

Gisele Maria, pensando em cada palavra para colocar

nesse meu texto.

Manter a leveza de espírito é mais importante do que tentar possuir a falsa razão sobre coisas irracionais,

 

se manter leve e fixo perante as intransigência da vida não é ser passivo mas sim entender que existem outras formas de se fazer entendido e deter calma,

 

leveza é um passo importante para se manter estável e sem muito sofrimento desnecessário. 

 

 

 

Ensaio Linguagem e Interpretação

Nome:Aylla Requiena.

Liberdade de jennifer silveira

 

 

você pode me ouvir 

a chamar por ti 

sou aquela voz

que ressoa dentro de ti

não tenho nome

somos iguais

com ambos medos 

receios

e sonhos

você pode me ouvir

se liberte 

vamos você consegue

viva o que sempre sonhou

Ensaio para aula de Linguagem e Interpretação

Jennifer Silveira

Fernando Pessoa

ALVARO DE CAMPOS

O que é amor e o que é amar?


Amor tem o seu lado bom e o seu lado ruim;
É ruim ter distância, é ruim ter saudade, é ruim ter ciúme, são ruins todas as brigas, e todos os afastamentos...
Mas nada disso se compara com a experiência incrível de ter o abraço, o beijo, o cheiro, a presença de quem se ama.
O amor está presente nas mensagens enviadas de bom dia;
Na pergunta de “oi, você já comeu hoje?”;
Está no fato de ganhar um colar ou um anel, ou nem isso, pode ser até um pedaço de papel;
Está naquele momento em que coisas bobas te lembram aquele alguém.


Mas, e amar?


Amar? Está descrito e presente nesse texto, todas as palavras, todas as frases foram escritas pensadas em você.
Às vezes, eu acho que nenhuma palavra, nenhum texto pode descrever os sentimentos e as sensações que você me causa, e eu estou certa, não foram criadas palavras o suficiente para descrever o quanto eu amo você, e tudo bem, cada abraço meu procura te mostrar o quanto esse amor é grande.

Ensaio Linguagem e Interpretação

Maria Eduarda

Carta para a sociedade.

Desse jeito que estamos nos movimentando, a única coisa que tenho para dizer é: nos encontramos no nosso próprio fim.

Ensaio para Linguagem e Interpretação.

Júlia Schettini Alves, 2020.

Pense antes de falar ou agir, para não magoar ninguém e ter consequências depois.

 

Corra atrás dos seu próprio futuro se você não for atrás, não haverá nada.

Ensaio para Linguagem e Interpretação.

Ingrid Silva

2020

Tenho esperança que esse mundo mude, acredito que juntos poderíamos realmente mudar as coisas, mas não temos uma união, uma empatia.

 

O que mais falta nesse mundo é empatia, muitas vezes me vejo pensando que nós apenas não queremos que mude, temos diversas ideias, mas tínhamos que ter motivações em comum, acho que temos, mas não temos vontade de encontrar isso nos outros.

Ensaio para Linguagem e Interpretação.

Carolina Rezende

Ferreira Gullar

Cecília Meirelles

clarisse lispector

E sonhar acordado... ou fechar os olhos e pensar em uma cena, uma realidade ou uma situação. Quantas vezes queremos nos lembrar de fragmentos da vida ou de nuvens do sonho da noite. A prosa e a poesia são aliadas.

Ao transportar ao papel, a narrativa imagética formada até em nosso sentimento, olfato ou colorismo próprio, expõe em palavras o que pudemos ver. Detalhes, sensações e relações. Sempre nos apoiando em leituras de escritores plurais podemos nos enredar em estórias, memórias ou devaneios. 

É madrugada, e no exercício de registrar sua inquietude, quer desenhar. Está
agora andando pela casa e em círculos pela mesa da cozinha, todas as luzes
estão acessas. Não consegue sequer sentar. E fumando o que deve ser o seu
decimo cigarro, esquenta novamente o café. Depois de algumas horas ainda não
produziu nada, tem muitas ideias, e as vezes consegue visualizá-las sobre o
papel, mas essas ideias se perdem e numa fração de segundo está novamente
a andar.


É um retrato da ansiedade, se alguém pudesse assisti-lo agora, de fato não
saberia o que o perturba, e tendo disso isso, admito que ele também não sabe o
que o faz. Isso costuma acontecer com frequência, e no geral após algumas
horas ele simplesmente guardaria suas coisas e usaria toda sua energia para
gozar. Algo como se, o prazer, mesmo sendo tão vazio para ele, ainda valha a
mínima parcela de energia que lhe resta, para bater uma e esperar pelo cansaço.


Essa pequena dose de adrenalina não faz nada valer a pena, mas ao menos cria
a ilusão de que, tendo de alguma forma descarregado sua ansiedade, pode
agora adormecer. A busca pelo prazer se compara aqui à busca pela auto
expressão, ambas vazias, e administradas em doses pequenas de serotonina.
Ele sabe que deveria se expressar, que deveria produzir arte afim de se sentir
mais conectado com a vida, mas talvez por ter tanto o que dizer, e por estar tão
preso dentro de si, não consegue definir o que de fato o representaria da melhor
forma. Ele continua a andar. É seu longo ciclo de procrastinação inconsciente, e
sua longa insônia, que somente deixam para amanhã, o pensando de não viver,
apenas a impressão de ter vivido. E ao acordar olhando para o dia anterior, teria
de fato a consciência de tê-lo vivido.

Imaginação e Contação

Linguagem e Interpretação

Victor Agostinho de Melo

2020

Carlos Heitor Cony

Amor

O que é amor pra vocês?
Deveria ser um sentimento sentido de pessoa para pessoa.
Outras pessoas podem adentrar em minha vida também,
Mas de que serve explicar isso, se o meu amor só pode ser sentido por vocês?

~ família ~

Pra vocês, trouxe esse sentimento da forma mais sincera possível,
Trouxe abraços e conversas pra me fazer presente.
Mas de nada serviu,
Não foi o suficiente pra fazer vocês ficarem.
~ amigos ~

“ Não duvide do amor que tenho,
É imenso e diz tanto de mim.
Tuas asas são o teu movimento,
Quero as minhas no vento assim.“

~ namorado ~ 

Maria Eduarda

Ao fechar meus olhos o grande preto toma conta da minha visão, ao poucos esse grande preto se transforma e muda  até virar alguns borrões, a mente começa a viajar e logo me imagino em uma praia, ao poucos me convenço que isso é real, pois bem que eu queria mesmo, me vejo andando ao longo na praia quente e ensolarada, piso na areia fina e logo isso acaba, abro meus olhos e vejo que estou em casa e logo foco em outra coisa.

Linguagem e Interpretação

Carolina Rezende

2020

Estou correndo correndo e correndo

 

sentado olhando aí meus pés o cheiro do orvalho olha para aquele tronco daquele majestoso Pinheiro sinto suas folhas engrossando em meus cabelos sinto livre o abraço como se nada mais importasse sinto como eu e ele fosse um só como se nós viéssemos da mesma mãe ver as imagens de Gaia sei que sou dele e ele é meu e assim viveremos pela eternidade sinto feliz por sua força seu poder somar gestualidade e te desgrudo  dele com pesar, mas sei que a  caminho ainda, não consegui chegar no meu destino

 

continua correr correr correr e correr os pés a tocar o chão com a leveza de uma pluma passo pela Cachoeira que um dia brinquei quando era criança que um dia vive feliz chega a velha cabana abre a porta e sinto a cair em buraco um buraco profundo e profundo veja imagens sons e palavras vejo mamãe papai todos de repente acorda no salto sobre a

 

fujo

 

estou de volta em minha cama de volta a meu quarto e sei que um dia voltarei lá.

Linguagem e Interpretação

Karoliny Silva

Nas asas da distração

Uma mariposa se projetava na parte de trás do banco do carro. Suas asas eram tão escuras quanto as nuvens que se formavam no céu e cobriam a cidade. Ela parecia uma estátua, e por um momento acreditei que nem mesmo estivesse viva. Fiquei observando-a por algum tempo. Talvez tempo o bastante para Alec perceber que eu não estava prestando atenção no que dizia. 

"Jess?" — Ele me chamou, provavelmente mais de três vezes seguidas. 

Não sei onde estava com a cabeça, meu corpo estava dormente. Eu só queria continuar a pensar nas coisas insignificantes, como as asas da pequena mariposa. Mas acho que voltei a encará-lo em algum momento, me forçando a prestar atenção em suas palavras que se lançavam ao vento que entrava e saía das janelas do carro. 

O rádio estava alto. Alguma música de rock alternativo estava tocando, uma música triste. Tão triste que não deveria ser escutada daquela maneira. O cantor sofria demais ao cantar, dava para notar isso em sua voz arrastada e rouca. Era como se a música fosse melancólica demais para ser simplesmente exposta no último volume. Deveria ter-se mais respeito com a dor dos outros, não deveria? Eu podia sentir cada palavra, cada sussurro e pedido de socorro que invadia meus tímpanos a cada nota que vinha da guitarra calma ao fundo da canção, eu podia sentir o sofrimento de quem cantava, e me senti mal por isso. Mas Alec nem se importava. Ele nem sequer havia notado a música. Era simples barulho para ele, apenas algo que preenchia o vazio que meu silêncio causava. 

"Você está me escutando, Jess?" — Ele continuava tentando me chamar. Eu o olhava, via o brilho em seus olhos, como se clamassem por atenção. Mas não creio que ele pudesse invadir a escuridão dos meus pensamentos desconcertantes e me tomar para si. Não acho que pudesse ser possível ele conseguir me alcançar, em meio à tempestade que me envolvia. 

Devo ter balançado a cabeça algumas vezes, enquanto ele falava. Eu não compreendia nada do que ele falava, mas tentava inutilmente focar minha atenção nele. Eu sentia como se ele despejasse suas frases mal formuladas em cima de mim, me obrigando a organizá-las na minha cabeça. Mas eu não conseguia pegá-las no ar e arrumá-las em ordem. Elas apenas fugiam de mim. Voavam pela janela e se perdiam em algum lugar do universo. Uma ou outra palavra pousava em minha mão, e essas sim, eu guardava e tentava dar-lhes algum significado que fizesse sentido. Mas é difícil montar um quebra-cabeça com peças faltando.  Eu estava constantemente me perdendo. Talvez isso o irritasse. Falar com alguém que sempre se distrai deve ser exaustivo. Mas ele nunca desistiu. Ele continuou falando e falando, sorrindo de tempo em tempo, sem se importar se eu realmente entendia ou não. Me parecia que ele apenas estava no automático, como se inconscientemente seu instinto fosse falar até doer os ouvidos. Talvez Alec se perdesse no próprio labirinto de pensamentos e deixasse seu corpo no piloto automático, assim como eu. A diferença é que eu não tenho energia o suficiente para viajar dentro de mim e manter a aparência do lado externo. Acho que eu preciso de todo o meu espírito para me concentrar em me distrair do mundo. Ou talvez o mundo que me obrigue a usar tudo de mim.

 

A voz dele soava doce, como sempre soou. Mesmo quando ele brigava comigo ou se zangava por algum motivo fútil, sua voz ainda me acalmava. Não sei o que lhe ocorria, mas parecia que sua missão era acalmar a minha alma. Por isso eu nunca reclamei por ele falar demais. 

A música se perdeu no tempo quando a rádio fez o intervalo e partiu para outra música de algum outro cantor que eu desconhecia. Alec continuava eufórico, e dessa vez tentei dar-lhe um pouco mais de atenção. Ele provavelmente estava falando da noite de Natal, que havia sido uma semana atrás. As uvas passas o irritavam, e sempre me perguntei o que elas lhe fizeram para merecerem tanto ódio. Ele também falou algo sobre o vinho que seus pais escolheram.  O cheiro de carne assada e grama molhada encheu o ar, quando passamos pelo Parque Central. Não demorou nem dois minutos para que eu estivesse novamente imersa em alguma outra coisa que me prendera a concentração.  Lembro-me de voltar a observar a mariposa, que ainda se mantinha no banco de trás. Tentei pegá-la, em algum momento, mas ela voou, levando embora suas asas com manchas escuras. A vi pousar numa árvore no acostamento, enquanto o sinal estava vermelho e estávamos parados no semáforo. 

Devo ter me questionado, enquanto observava a mariposa, por que diabos eu estava no banco de trás, sendo que o da frente estava vazio. Não sei porquê. Desisti de pensar nisso assim que o pensamento veio à tona. 

"Lembra quando fomos para o sul do estado? Naquela cachoeira em que você cismou que era um portal mágico para algum mundo paralelo?" — Alec me perguntou. Consegui captar a frase toda dessa vez. 

"Lembro" — Respondi. Foi a primeira vez que falei durante a viagem toda. 

Ele me olhou por sobre o ombro, e sorriu ao encontrar meus olhos. Seu rosto demonstrava surpresa, por eu ter falado algo. Isso o incentivou a continuar com a cachoeira. Ele falou o quanto me reconheceu estranha por ter insistido na história do portal mágico, e retruquei uma palavra ou outra, as quais não lembro mais. Ou pelo menos devo ter retrucado. Mas minha melhor metade já estava rebatendo minha parte sã, e o conflito dentro da minha cabeça provavelmente deve ter impedido de que alguma palavra saísse. 

 Talvez eu tenha fechado os olhos, voltando àquela sexta-feira em que estávamos na cachoeira. Eu só conseguia lembrar de nadar e nadar, querendo atravessar as rochas e achar o caminho certo.

Parei de respondê-lo. Eu já estava longe demais para conseguir voltar sozinha. 

Vez ou outra, alguma palavra dele conseguia me puxar de volta desse mundo que vive em mim. Ele me trazia à superfície e me mostrava o seu melhor, mas nunca conseguiu me prender. Eram só rápidos lapsos do que um dia poderia se concretizar. Mas não se concretizou. 

Sempre imaginei cada pessoa como um mar. Todos podemos afundar e emergir em nós mesmos. Somos mares infinitos e revoltos, mares que lutam contra ou a favor do que a alma quer. Nunca se sabe quando a maré vai estar boa. E eu estou constantemente descendo e subindo junto à maré. Me afogo e então recupero o ar. Morrendo e revivendo. Um ciclo eterno. 

 

Hoje me sinto mal por não ter conseguido acompanhar o ritmo dele. Não sei se sou lerda ou rápida demais. Apenas não conseguimos caminhar na mesma frequência. Mesmo assim, ainda continuávamos juntos. Talvez pela companhia um do outro. Ou, quem sabe, nos completássemos, justamente por sermos completamente diferentes. Ele falava e eu ouvia, ou tentava ouvir; ele sorria, e eu chorava; ele se irritava, eu o acalmava. Talvez fossemos mesmo uma boa dupla.  Depois de mais ou menos uma hora naquela viagem de carro, nós paramos numa lojinha de conveniência. Observei a estrada quase deserta e o sol brincando de esconde-esconde lá no céu, e tentei não demorar para segui-lo loja adentro. Ele comprou umas três ou quatro latinhas de energético, para durarmos a noite acordados. E quando estávamos saindo, parei para comprar sorvete de casquinha, que estava vendendo ali em frente. Ele riu, pois estava frio. Eu sorri e segui com meu sorvete para o carro. 

Alguns quilômetros pra frente, já perto da saída do estado, ele ligou o rádio outra vez, e eu nem havia percebido que ele o desligara quando saímos para ir à loja. A música que tocava era aquela famosa, do Ed Sheeran, a qual Alec sempre reclamou por ser melosa demais. Mas, dessa vez, ele não trocou de estação. Aumentei o som e ele nem sequer me olhou de cara feia. Comecei a cantar no ritmo da música e joguei minha cabeça para fora da janela do banco do passageiro.  Curtimos a música até o final. E, no exato momento em que o carro se silenciou, com o final da melodia, foi quando aconteceu. Como se tudo estivesse perfeitamente sincronizado. Talvez isso já estivesse previsto antes mesmo de nascermos, como essas coisas de destino e premonições. 

Um carro que vinha na direção contrária, perdeu o controle e se chocou contra o nosso. No mesmo curto segundo em que a música acabou. Lembro-me do som da buzina, quando ele esbarrou no volante, com a pancada. O carro da frente girou na pista, lançando-se contra as árvores logo ao lado. Vi Alec quebrar o vidro da janela com a cabeça, enquanto nosso carro continuava rodando no asfalto, como um boneco de ventríloquo controlado pelo universo. Por alguma razão, não perdi a consciência. Vi tudo até o carro parar, no meio do mato, após ser arremessado cruelmente pelo Senhor do Universo, se é que ele existe.

Ali, com o carro parado, pude observá-lo melhor. Sua cabeça sangrava. Segurei sua mão com força, e me admirei por eu não estar imersa em mim mesma. Talvez a gravidade do acontecido tivesse me mantido sã por algum tempo.  Apertei seu braço e tentei sentir sua pulsação, mas eu estava nervosa demais para me concentrar nisso. Olhei para seus olhos, eles estavam fechados. Achei que ele já estivesse morto. Não sei bem em que parte comecei a chorar, mas só então eu percebi que minhas bochechas estavam encharcadas de lágrimas. Foi aí que ele abriu os olhos. Bem pouquinho, mas abriu. Cheguei mais perto e o abracei, tentando soltar seu cinto de segurança. 

"Jess" — Ele sussurrou, se esforçando para levantar meu rosto. 

Olhei para ele, aflita. Estava tentando entender e raciocinar que aquilo realmente estava acontecendo. 

"Você está chorando..." — Ele continuou, parando para tossir e manter-se acordado. Ele passou a mão na testa, sentindo o sangue escorrendo. 

Enxuguei minhas lágrimas e tentei parecer calma, para nos tirar dali rápido. Tentei ser forte, pois percebi que ele estava tão assustado quanto eu. 

"Não estou chorando, olha" — Abri bem meus olhos, encarando os dele. Consegui abrir a porta e soltar seu cinto. 

"Tudo bem" — Ele sussurrou, em meio aos esforços para empurrar suas pernas para fora. — "Se você chorar... " — Ele não completou essa frase. Acho que sua dor não deixou. 

"Calma, calma" — Segurei sua mão e desci com ele. Nós caímos no chão, que por sorte, era grama e amorteceu a queda. 

"Tudo vai ficar bem" — Ele se esforçou mais uma vez, para dizer isso.

 

Encontrei seu olhar e vi seus olhos fecharem. Não sei se me desesperei, e se foi o caso, não tive forças para gritar. Coloquei a mão sobre seu peitoral e senti seu coração parar. 

Apoiei minha cabeça sobre seu braço, e senti mais uma lágrima salgada entrar em minha boca. Eu estava olhando para cima, para as copas das árvores. Acompanhei o movimento das folhas e das nuvens que ameaçavam desabar, mas não desabavam. Adormeci em meio ao choro. 

Não lembro como saí dali, mas provavelmente devo ter sido levada para o hospital por algum policial que me encontrara. 

Ele disse que tudo ia ficar bem. Eu chorei e chorei, e nada ficou bem. As formiguinhas do nosso quintal ainda morrem esmagadas por quem passa por ali para me ver. Elas não ficam bem. Elas morrem. Como ele morreu e como eu vou morrer. Ou talvez a morte seja a libertação; e se for isso, fico feliz que ele tenha conseguido ir. Mas ainda assim, é triste encarar que o perdi. Eu já sabia que ele ia partir, de um modo ou de outro, mas quando a tempestade avançou e a maré se revoltou contra meu coração, a água o levou e as sereias o afogaram. Tudo passou rápido demais. Ele não vai voltar. E eu estou indo atrás dele. Continuo me afogando diariamente no meu mar, no mar dele. Mas acho que as sereias não querem me levar. Talvez eu seja uma delas, talvez eu é que mate as pessoas. Talvez eu tenha matado ele.

Conto destinado àqueles que se sentem perdidos em si 

| que por algum motivo se perderam 

ou perderam alguém.

 

Iara Fontes 

Atividade de Literatura 

Quando eu era menor eu e meus irmão brincávamos e um dia ele me jogou na cama e eu acabei batendo muito forte minha cabeça no criado mudo que tinha no quarto.

 

Esse dia me marcou bastante, mas nessa história o significado de criado mudo é o que vale, não o que simboliza, por que o significado de criado mudo é um pequeno móvel auxiliar usado para aparar objetos, geralmente colocado ao lado da cama, mas simboliza uma expressão usada para se referir a desempenhados pela criadagem dentro de uma casa: o de segurar as coisas para seus senhores. Como o empregado não poderia fazer barulho para atrapalhar os moradores, ele era considerado mudo.

Pensando e escrevendo sobre nossa Língua, Símbolo e Significado

Carolina Rezende

Meu primeiro pensamento esta manhã foi um suspiro de vida e me perguntar o que este grande dia me reservaria.

Karoliny Silva

Sentimento meu.

Eu já passei e ainda passo muitas coisas, é junção de sentimentos tais como: raiva, tristeza, felicidade e ciúmes. Tem muitas vezes não consigo controlar; às vezes penso em algo que eu vou fazer no dia ou no dia seguinte, e vem aquela ansiedade. Porque eu sou extremamente ansiosa, tomo medicações para controlar, então são muitas informações passando em minha cabeça. 

 

Gisele Maria

Ensaio

chico buarque

Um dia revi uma menina do meu tempo de escola , de primeira não a reconheci , como havia mudado flores nos cabelos de vestido tão alegre me surpreendi, quando ela me viu acenou e pude ver em seu pulso uma estranha tatuagem , quando nos aproximamos um do outro pude constatar o sorriso mais lindo que já vi , logo me pus a falar “ Por deus como você mudou , está radiante “ e sem pestanejar perguntei ‘ É esta tatuagem em seu pulso ? , Um ponto e vírgula? Sempre achei que detestasse português! 

Com o sorriso mais singelo e um brilho no olhar ela me disse “ Sei pode parecer estranho , e que estou mudada mas essa tatuagem me lembrar do meu passado e da época em que quase desisti mas uma certa primavera me disse que tudo é passageiro como as estações e se eu quisesse eu poderia florir de novo que para mim não era um ponto final era apenas uma virgula, eu meu caro amigo renasci com Kore “ .

Eu sem entender muita coisa sorri e cada um seguiu seu rumo , mais tarde naquele dia eu entendi e menina que vivia na escuridão do inverno achou forças para florir e isso me deu esperança

 

Signo: sinal indicativo

Símbolo: aquilo que, por convenção ou por princípio de analogia formal ou de outra natureza, substitui ou sugere algo.

significado: relação de reconhecimento, de apreço; valor, importância, significação, significância

Pensando e escrevendo sobre nossa Língua, Símbolo e Significado

Karoliny Silva

Durante esse período atual, o que vem acontecendo fez com que não só eu, mas muitas pessoas pensarem na vida, como vai ser quando tudo isso acabar.

Com certeza as coisas nunca mais vão ser como antes, nem nós, nem o mundo. Mas venho pensando muito nisso, as pessoas sempre mudam, você nem percebe quando começa... ou são mudanças bruscas, ou aos poucos, essa foi bem brusca, não sei como vou ser depois disso, só o tempo vai dizer, não temos controle dessas coisas, por isso muitas pessoas surtam  em momentos como esse, com medo e incerteza as coisas ficam muito mais difíceis.

Por não termos controle, temos que nos adaptar, entender que você vai superar isso, até porque é apenas isso que pode fazer.

 

Carolina Rezende

Ensaio

Em qual momento nos tornamos adultos? Quando temos compromissos indesejados que nossos pais não podem fazer por nós? Quando precisamos lembrar de pagar o aluguel, ou a conta de luz atrasada?...Quando deixamos de acreditar em coisas que antigamente acreditávamos ou quando passamos a acreditar em algo?

Qual é a distância, tamanho, largura, fatos, acontecimentos que nos fará cruzar a fronteira daquilo que realocará para sempre nossa posição no mundo? Em qual instante passamos do jovem destemido, contrariador para nos tornarmos “aquilo”, apenas aquilo, em meio de milhares de aquilos, desfigurados, que passaram pelo mesmo estopim, procurando não se entregar sequer um dia… um dia fui alegre e hoje sou aquilo torpe e desconhecido, não apenas para os transeuntes externos mas para os pensamentos transeuntes que habitam o eu aqui dentro.

 

“Por horas encarando o céu

talvez fossem em minutos

todo o momento passado

que se tornaria segundos

se fosse sequer pensado.

Com a chave do olhar

abrindo as portas do céu

escancara os próprios sentimentos

que são tão passageiros

quanto às nuvens passageiras

do fim da noite,

e essencial como o ar

que movimenta cada fragmento

de água, sentimentos, fragrância ou lágrimas.

para um novo pico além dos planetas

e do entorpecente amanhecer multi cores”

 

Aylla Requiena

 

Quando eu perco o foco

Imagino coisas longas

Depois tento retomar

Mas isso só vai tomando formas

Eu tenho facilidade em me desconcentrar

Espero que você não tenha

Pois se tiver

Teremos uma longa resenha

Às vezes penso em pássaros

Termino em quadrados

É normal um bebê gostar de talco?

Tá vendo?

Ylan Marques de Lima

Ficar sozinha, 

É o que é ensinado

‘Relações fora de casa são o sinônimo de mentira.’ Foi o que disseram

‘Se doar pra alguém não tá com nada.’ Me relembraram

Conheci um passarinho

Era doido, mas nunca se perdeu do ninho E de repente, voar parecia legal

Mas não posso fazer isso

Não sou um animal

Mas se bem que, seria surreal

Talvez em uma próxima vida

Eu seja um pássaro 

Muito obrigado passarinho,

Por me mostrar

Que nem tudo é sobre o nosso ninho.

 

Maria Eduarda

Analisando "Roda Viva", a música de Chico Buarque mostra o quanto nós somos privados sobre a liberdade de expressão. E ainda hoje estamos cada vez mais privados a não ter opinião ou de não poder opinar, de algum momento da vida as coisas podem ficar complicadas em relação a esse assunto; que muitas vezes é mostrado na tv, jornais, etc.

 

Gisele Maria

Exercício de Interpretação

Virginia Wollf

Viver é rasgar-se.

 

Viver é se entregar,

entregar os olhos,

os pés

a nuca

mas, a mente, jamais...

andarilhar entre as ruas,

sem saída

e encontrar caminhos

alternativos para a dor.

 

Brindar com os olhos alheios

e festejar a própria alma,

viver é chorar e aprender a nadar dentro

do rio de lágrimas e riso

cotidiano.

Sem se desprender do momento,

jamais.

 

Encontrar formas de ser forte,

tão forte quanto as amarras

de aço do ano do rato de ferro

e correr tão rápido quanto

o momento incerto desse movimento

mas sem se perder nas ruas

abstratas da vida, nunca mais.

 

Aylla R.

Thiago de Mello

Eu canto

Porque me encanto

Eu danço

Porque sinto o balanço

Dos olhares que vem na direção

 

Eu escrevo

Mas não bebo

A sofrência eu só prevejo

Que um dia sairá do relevo

 

Eu sei que um dia feliz serei

Pois alegre eu sou, e sei

A felicidade é subjetiva

Então acredite na sua energia.

 

Ylan

A arte de viver.

 

Viver é arte, é a arte de aproveitar a vida de uma maneira boa e com conquistas que possam valer a pena ser conquistadas.

 

Ouvir uma boa música, escrever, desenhar, dançar, cantar, são coisas que representa a “arte de viver”; viver intensamente, sem medo de ser feliz ou julgado. Buscar a própria felicidade é muito importante, é viver pra si mesmo. VIVER É ARTE!

Gisele Maria

A arte salva, salva o autor, o leitor, salva todos ao seu redor, consumimos arte todo o tempo mesmo sem perceber, a arte nos liga, tanto sentimentalmente quanto ao nos ligar com o passado.

 

No período que estamos consegui me expressar tão bem com a pintura, quando tudo isso passar e eu vou olhar para essas pinturas e vou entender como eu estava me sentindo, vou me lembrar do que passei e senti.

Muitos artistas no período atual estão se salvando e salvando outras pessoas com a arte seja ela da forma que for.

Não valorizar a arte é burrice, é não valorizar sentimentos.

Espero muito que ao decorrer dos anos todos vejam o quanto isso é importante.

 

Carolina Rezende

Sobre a arte

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