Victor Agostinho de Melo
Victor Agostinho, 21 anos, tenho formação Técnica em Design de Interiores e curso Bacharel em Artes Visuais.
Embora em formação, sou artista em si pois, crio para viver, não sei fazer coisas impessoais.
Tudo que faço é carregado da minha subjetividade.
Foto 1: o artista
Foto 2: desenho imigrantes
Foto 3: desenho frevo
Foto 4: exercício escala
Foto 5: Monotipia
Foto 6: Caricatura
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Censura
Sempre pensei em liberdade de expressão como um assunto delicado, por que me faz pensar nos limites a serem cruzados, em como é tênue a linha que divide a minha opinião e as demais opiniões severamente opostas.
Como artista, vejo a arte como mecanismo de testar esses limites, repensar a liberdade e o pensamento através de mudanças. Mas é claro que nem sempre um pensamento é bem visto pela série de diretrizes já estabelecidas, e é quando a censura ou a repressão aparecem.
Assisti recentemente o filme documentário Divinas Divas, que conta através de entrevistas a trajetórias das mais consagradas travestis e transformistas que o Brasil já viu, onde elas falam sobre como no início, nas décadas de 60 e 70, a repressão ou a censura era uma realidade crua que elas sempre estiveram sujeitas. Em teatros ou veículos de imprensa no período ditatorial do Brasil, as organizações criadas já com esse propósito, censuravam artistas, silenciavam vozes e ocultavam informações.
Penso nas diversas lutas, nas minorias e na arte, penso em como as pessoas expuseram seus pensamentos de liberdade ao longo dos anos e foram perseguidas, marginalizadas ou mortas.
Eu mesmo, hoje com minha arte, que tem um conteúdo abertamente homoerótico, me vejo em situações complicadas, de bloqueio, censura ou exclusão por parte das redes sociais, e por mais que isso me doa, também me faz refletir sobre as razões pelas quais existem essas coisas. Não duvido do meu conteúdo ou da minha verdade, mas tenho receio em como transmiti-los, e se por acaso é certo me podar às normas, ou extravasar com as diretrizes.
A comunicação é uma arma, saber se expressar e poder materializar o pensamento e transmiti-lo é uma ferramenta realmente revolucionária. As censuras estão aí, por que através dos anos foi acordado que deveriam ser e estar, mas isso não significa que elas não possam ser revistas ou questionadas, quando é nítido que elas não são justas para todas as camadas sociais.
Victor Agostinho de Melo
Ética e Cidadania